Cusco
Cusco é uma cidade peruana localizada no sudeste do Vale Sagrado dos Incas (Vale de Huatanay) e é bastante conhecida por ser a capital cultural do Peru e estar perto da famosa montanha de Machu Picchu. O país é localizado na região da Cordilheira dos Andes, o que por consequência faz ser um local com uma altitude bastante elevada (Cusco- 4.000 metros). Por conta deste fator, as estações do ano são bem definidas, onde o Inverno é seco e o Verão úmido. Os melhores meses para ir visitar a região de Cusco é no Inverno (Abril-Outubro), em que as temperaturas variam de -2º/24ºC, dependendo da altitude e da hora do dia.
A cultura do Peru é bastante conhecida por ser o antigo territótio do Tahuantinsuyu ou Império Inca. A língua falada por essa antiga civilização é o Quechua e hoje em dia ainda há remanescentes dos Incas, que falam essa língua e vivem em comunidades isoladas no topo das montanhas ao redor de Cusco. As cores exuberantes e a música é um traço da cultura Inca ainda presente na população e um dos fatores que faz o Peru ser o país que é hoje, um lugar sagrado e extremamente rico culturalmente.
O programa que escolhi no Peru tem a duração de 14 dias, nos quais 8 são de trabalho voluntário e 4 são para conhecer a cidade de Cusco e acampar até Machu Picchu. Os outros 2 dias é o de chegada e despedida. Ficamos hospedados em um hotel que pertençe ao GLA, há 15 minutos de do centro de Cusco.
O trabalho voluntário do programa que escolhi era de construir uma casa para porquinhos da índia (Cuy, em Quechua) para uma família que pertençe a comunidade de Chocco. Cuy é um prato típico de civilizações que vivem na região dos Andes, e deste modo, eles criam o animal para depois comê-lo. Como contruir uma casa do zero e terminar demanda bastante tempo, o meu grupo começou a construi-lá e o grupo que veio em seguida a terminou. Tivemos que fazer a fundação da casa começando com o nivelamento do morro, cavar, usar a picareta, carregar pedras, carregar blocos de adubo morro abaixo e começar a construir a casa efetivamente com os tijolos e a lama que nós misturamos. Esssa experiência foi muito gratificante para mim, e ver a casa pronta uns dias depois através do nosso antigo mentor foi algo extraordinário saber que eu fiz parte deste projeto e ajudei efetivamente a contruir aquilo.
Fomos um dia para Patabamba, uma antiga comunidade Inca que vive no topo da montanha no meio do Vale Sagrado dos Incas. Além de conheçer a comunidade, aprendemos mais sobre sua história e cultura e ajudamos a descascar sementes (sendo o trabalho daquele dia). Vivenciamos por algumas horas como é a vida de uma população bem rudimentar, por exemplo, sem ter privadas e sim buracos no chão, e uma comunidade totalmente autossuficiente. Para a integração com as crianças locais, tivemos um piquenique e um jogo de futebol ao redor de uma paisagem indescritível.
Como disse antes, um dia usual em um programa do GLA é trabalhar pela manhã e fazer um passeio cultural/turismo de tarde. Deste modo, tivemos a opurtunidade de realizar 2 coisas fantásticas:
- Fomos a pequena cidade de Oropesa, que fica a 40 minutos de Cusco, para aprender mais sobre a cultura do Xamanismo peruano. Na cultura Inca, acredita-se que a energia positiva e as coisas boas vem da mãe natureza, chamada de "Pacha Mama". O Xamã é um líder espiritual indígena descendente dos Incas que realiza oferendas para Pacha Mama em troca de desejos. Deste modo, fomos conversar com um Xamã onde tivemos uma breve atividade de energização e harmonização em grupo, e depois se quisessemos poderíamos conversar em particular com ele para ler seu futuro.
- Passamos uma tarde no "Centro de Atención Residencial San Judas Chico", um orfanato feminino para crianças peruanas onde tivemos a chance de recrear com elas. Um problema de saúde gravíssimo no Peru, é o fato de a maioria das crianças de comunidades isoladas sofreremm de mal nutrição crônica e anemia (6 de cada 10 crianças). As populações locais tem atendimento de graça em clínicas para tratar essas doenças enquanto o bebe ainda é jovem (2 anos), mas se refuzam a procurar ajuda, pois são extremamente conservadoreas e falam que o governo quer machucá-las ao invés de ajudá-las. Ao meu ver, ir para o orfanato e brincar com as crianças, não foi a única razão de que fomos até lá, mas sim para ver a situação socioeconômica do Peru em relação a saúde das crianças.
O Peru é famoso por diversos aspectos, e um deles é por ser a terra natal das Lhamas e Alpacas. Mas afinal, voce sabe a diferença entre esses dois animais? As Lhamas tem o pescoço maior e são utilizadas para o transporte de objetos, enquanto as Alpacas tem o pescoço menor e não podem carregar peso. Os dois animais tem função econômica de tosagem de pelo para fazer casacos, mantas, mochilas etc. A Vicunha é outro animal que também é encontrado no Peru, mas muito raro de se caçar, assim extremamente valioso. As marcas de grife italianas usam o pelo da Vicunha para fazer suas roupas e a vendem por preços elevadíssimos. Na cidade de Pisaq, há 20 minutos de Cusco, fomos visitar a Awana Kancha, uma pequena fazenda de Lhamas e Alpacas, onde pudemos alimentá-las e tocá-las. A fazenda, por ser uma ONG, não necessita pagar para entrar.
A cidade de Cusco é a mais cultural do Peru e onde o Império Inca se estabeleçeu durante séculos. O centro da cidade é baseado ao redor da Plaza del Armas, um local bem charmoso e agradável de passear, onde possuí diversas lojinhas ao redor. Quando estive lá, visitei somente 2 centros religiosos: o Templo de la Sagrada Família, uma Catedral que fica em frente a Plaza del Armas e o Qorikancha (Templo do Sol), um convento que é uma das mais importantes construções Incas. Para entrar nos 2 museus, é necessário pagar a taxa de 8 à 15 soles por pessoa.
Há 2 quilómetros ao Norte de Cusco, há 3.700 metros de Altitude tem o Parque Ecológico Saqsaywaman. Um sítio arqueológico protegido nacionalmente repleto de antigas rúinas Incas. O parque possuí diversas ruínas e em diferentes locais para observar e a melhor forma de chegar e se locomover lá dentro é por meio de uma van contratada. Alguns conceitos importantes:
- Tambomachay significa "banho" e é o antigo lugar onde os Incas se banhavam.
- Puka Pukara, Puka signfica "vermelho" e Pukara "região", e era o local onde os Incas batalhavam e que foi derramado bastante sangue. Cusco também pode ser chamada de "Cusco Rojo", vermelho.
- Q'enqo significa "labirinto" por conta das várias galerias subterrâneas que acabam formando um zigue zague.
- Chinkana Chica signfica caverna.
- Suchuna significa escorregador.
Cusco é uma cidade que vive do turismo e recebe milhares de turistas por ano de várias partes do mundo. O motivo principal do Peru, especificamente Cusco, ser bastante visitado é a atração de Machu Picchu. Existem diversos modos de chegar a Machu Picchu, e o mais comum para turistas é por meio do trem:
- Pegar uma van até Ollantaytambo (uma cidade no Vale Sagrado dos Incas) e depois pegar um trem de Ollantaytambo até Águas Calientes (a vila embaixo de Machu Picchu). Depois disso é só pegar um ônibus para subir a montanha e o mesmo percurso para voltar.
Outra opção para quem gosta de aventuras é ir acampando até o sítio arqueológico. Existem diversas agências que realizam trilhas até Machu Picchu e vários caminhos diferentes para chegar até lá. O percurso mais conhecido é a Inca Trail, que é a trilha mais conhecida da América do Sul e tem a duração de 4 dias e 3 noites. O trajeto começa no Km 82 dos trilhos de trem entre Ollantaytambo e Águas Calientes e passa por Llactapata, Runkurakay, Sayacmarca, Phuyupatamarca e Wiñay Wayn até chegar em Machu Picchu no amanheçer do 4º dia.
Com o GLA, nós fizemos uma trilha adpatada onde já estava tudo planejado e montado (alojamento, alimentação etc.). Mesmo assim foi uma experiência que jamais vou esquecer e que foi extremamente gratificante no final. O trajeto que realizei foi o seguinte:
- Andamos de ônibus por 2 horas de Cusco até Ollantaytambo. Ollantaytambo é uma vila pequena dentro do Vale Sagrado dos Incas e que serve como última parada para vários turistas antes de começar suas trilhas.
- Pegamos mais uma hora e meia de ônibus subindo até 3.700 metros de altitude, onde começamos a nossa caminhada aos pés do Nevado Veronica.
- A partir daí caminhamos por 2 horas descendo pelo extenso vale da montanha com algumas paradas até chegarmos em uma pequena fazenda de trutas.
- Depois de descansarmos um pouco e observar como os peixes são tratados, subimos o pico por uma hora e meia até chegar a nossa base no meio da montanha, onde durmimos por uma noite.
- Na manhã seguinte caminhamos por 15 minutos (subindo) até chegar a estrada, onde pegamos mais 3 horas e meia de ônibus (descendo) para chegar até a usina hidrelétrica de Machu Picchu. Há uma terceira opção para chegar até chegar a Águas Calientes, que é alugando uma van e chegar até a usina. A partir daí, é possível caminhar por 3 horas em cima dos trilhos do trem (somente reto) que liga Ollantaytambo à Águas Calientes e chegar na pequena cidade. Esse trajeto é repleto de turistas e é uma ótima opção para quem não quer pagar a passagem de trem e quer conheçer um pouco do Peru a pé.
- Desta forma, caminhamos por 3 horas pelos trilhos de trem e chegamos em Águas Calientes, onde pernoitamos por uma noite.
Águas Calientes ou Machu Picchu Pueblo é uma pequena vila entre as montanhas a 2.040 metros de altitude. A cidadezinha é o centro dos turistas que querem conheçer Machu Picchu e geralmente é apenas um "pit stop" por 1 noite. A cidade é charmosinha, os restaurantes agradáveis e os trilhos do trem cortam a vila no meio. Em 2 horas dá para conhecer tudo e ainda fazer umas comprinhas.
- Depois de passear em Águas Calientes subimos a montanha de Machu Picchu através do Camiño Peatonal, uma dura caminhada por mais de 1.700 degraus morro acima. Esse trajeto também é realizado por vários turistas e é um dos jeitos de evitar a passagem de ônibus de ida (custa em torno de 10 dólares por trajeto).
- Por fim, chegamos a Machu Picchu, a antiga cidade Inca escondida através das montanhas. Machu Picchu antigamente era uma cidade que era dividida em zona agrícola (terraços e recintos) e urbana (templos sagrados e praças) e que com a chegada dos espanhóis ela foi destruída. A teoria mais aceita é que os Incas a construíram para ser um assentamento com o objetivo de supervisionar a economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o chefe Inca no caso de ataque. Em 1911 a Universidade de Yale fez uma pesquisa de campo e redescobriu a cidade. Hoje em dia Machu Picchu é um sítio arqueológico protegido pela UNESCO e é considerado uma das 7 Maravailhas do Mundo Moderno. Cerca de 30% de seu território permaneçe sendo original e o resto foi reconstruído. A região de Machu Picchu é dividida em 2 montanhas: Wayna Picchu e Machu Picchu. A montanha de Wayna Picchu, é aquela que voce consegue observar estando em cima de Machu Picchu. É muito difícil conseguir escalar Wayna Picchu, pois além do caminho ser bastante perigoso e ser feito apenas com guias, é limitado a 400 pessoas por dia. Normalmente os turistas apenas escalam a montanha de Machu Picchu, onde ficam a maioria das ruínas e onde os ônibus, assim como o Camiño Peatonal, chegam. Para entrar em Machu Picchu é obrigatório a apresentação do passaporte e pagar uma taxa de 40 soles (13 dólares).
Depois de sair deste lugar encantador, tomamos o trajeto mais fácil para voltar a Cusco, que é a descida de ônibus até Águas Calientes, trem até Ollantaytambo e 2 mais horas de van até Cusco.